“Quatro seres da terra são pequenos, e, no entanto, muito sábios: As formigas, criaturas de pouca força, contudo, armazenam sua comida no verão; os coelhos, criaturas sem nenhum poder, contudo, habitam nos penhascos; os gafanhotos, que não têm rei, contudo, avançam juntos em fileiras; a lagartixa, que se pode apanhar com as mãos, contudo, encontra-se nos palácios dos reis” (Pv 30.24-28).
Um time de basquete de cinco garotos enfrentou uma equipe de atletas mais velhos e muito mais altos. Como eu estava assistindo de perto, posso contar o que vi. Os fortões eram, aparentemente, um time imbatível. Mas assim que o jogo começou, tive uma grande surpresa, pois os pequenos jogavam como um time superentrosado, com jogadas ensaiadas e táticas conjuntas que envolveram a equipe adversária. O resultado final ninguém poderia prever, pois os “baixinhos” venceram os “grandões” com quase o dobro dos pontos. Foi um dos melhores jogos de basquete a que já assisti.
Agur fala sobre algo parecido quando diz que “quatro seres da terra são pequenos, e, no entanto, muito sábios”. Dito isso, ele alista quatro animais fracos e indefesos que conseguem sobreviver utilizando métodos que devem ser imitados pelos sábios. O primeiro caso é o das “formigas, criaturas de pouca força, contudo, armazenam sua comida no verão”, demonstrando que o “trabalho”, mesmo que difícil de ser realizado, faz provisão até para as criaturas mais fracas e insignificantes. O segundo caso é o dos “coelhos, criaturas sem nenhum poder, contudo, habitam nos penhascos”, apontando para a necessidade de “segurança” que os seres vivos têm, algo que esses pequenos bichos conseguiam se escondendo entre as rochas dos penhascos. O terceiro caso é o dos “gafanhotos, que não têm rei, contudo, avançam juntos em fileiras”, expondo as óbvias vantagens que há na “organização” de todas as ações.
Por último, ele cita o exemplo da “lagartixa, que se pode apanhar com as mãos, contudo, encontra-se nos palácios dos reis”, figura pela qual ele ensina que alguns benefícios não vêm de si, mas da “companhia”, ou seja, daqueles de quem a pessoa se aproxima. Do mesmo modo, o sábio precisa se esforçar no “trabalho”, preocupar-se em fazer o que estiver ao seu alcance para se manter em “segurança” e pensar muito antes de cada ação para que a “organização” o ajude a obter o almejado sucesso. Mas também é preciso cuidar de quem você tem como “companhia”, pois nem a melhor preparação pode impedir que pessoas erradas ponham nossos melhores planos a perder. A verdade é que a melhor “companhia” é o próprio Deus, cuja sabedoria, bondade e amor são o que nos provê o “trabalho” de que tanto precisamos, a “segurança” em um mundo tão mau e sua Palavra, a qual nos permite a “organização” não só dos nossos planos, como também dos nossos valores. Quando isso acontece, não importam nossa fraqueza ou insignificância, pois nem os maiores obstáculos podem esmagar aqueles que pertencem ao Senhor.