“Os zombadores agitam a cidade, mas os sábios a apaziguam. Se o sábio for ao tribunal contra o insensato, não haverá paz, pois o insensato se enfurecerá e zombará” (Pv 29.8,9).
O astronauta Eugene A. Cernan, da Apollo 10, pediu desculpas às pessoas que se ofenderam com sua linguagem baixa enquanto estava na órbita da Lua. Cernan, especialmente, deu vazão a seus sentimentos quando as coisas não iam bem, principalmente em um momento assustador quando uma de suas naves girava a poucos quilômetros da Lua. Em uma entrevista coletiva, Cernan disse: “O que vocês ouviram foi três homens tentando fazer um trabalho difícil em um mundo novo. Às vezes, você usa palavras fortes para expressar suas emoções. Queremos agradecer às pessoas que expressaram sua compreensão. Para aquelas que se sentiram ofendidas, e cujas orações eram uma parte muito importante do nosso voo, eu só posso dizer de forma simples e sincera que nós sentimos muito”. Com isso, ele apaziguou os ânimos acirrados por conta do incidente.
Não é incomum ver pessoas que agiram mal em situações extremas justificarem seus erros com base nas circunstâncias, algo que realmente não convence ninguém. Mas esse astronauta foi sábio, não apenas ao reconhecer seu erro, como por apaziguar a confusão. O tolo não age assim, pelo que Salomão alerta que “os zombadores agitam a cidade”. Seu ímpeto os leva a atiçar o ânimo das pessoas para que criem confusão e revolta no meio em que estão. Por isso, tais homens são chamados de “zombadores”, pois fazem uns desprezarem os outros, seguindo seu próprio exemplo. Eles não sabem lidar com seus desagrados, nem com suas frustrações, mas as expressam de modo a zombar da ordem, da paz, da moral e do bem-estar coletivo, tudo para atender seus desejos egoístas. Mas enquanto os tolos trazem essa mal à cidade, “os sábios a apaziguam”. Eles distinguem o que é importante e sabem qualificar seus direitos e vontades diante do bem coletivo. Eles até aceitam o prejuízo para promover o bem geral.
Se uma contrariedade social causa tanta revolta nos “zombadores”, a ponto de promoverem um colapso social para saciar seu desagrado, outra situação que produz uma reação negativa neles é a repreensão. Por isso, o escritor avisa que, “se o sábio for ao tribunal contra o insensato, não haverá paz”. Isso significa que esse “insensato” fez algo errado e não reconheceu seu erro, nem fez as devidas reparações, precisando de uma intervenção externa que o corrija. Mas sua tolice não permite que ele se arrependa e acerte seu procedimento, mas ele se “enfurecerá e zombará”. No final, o problema fica pior que no início. Por isso, faça uma avaliação pessoal e note que tipo de reação você costuma ter quando as coisas não acontecem como você espera ou quando é corrigido por algum erro. Essa análise dirá se você é um zombador ou um sábio. Se for o primeiro, busque a direção do Senhor e se arrependa do pecado para que se torne um sábio servo de Deus. Mas, se você já for um sábio, então ore constantemente e seja fiel a Deus para que isso continue e cresça até a Lua.