“Os que abandonam a lei elogiam os ímpios, mas os que obedecem à lei lutam contra eles. Os homens maus não entendem a justiça, mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente” (Pv 28.4,5).
No dia 18 de maio de 2011, um estudante universitário, um jovem de 24 anos, foi abordado por dois criminosos e baleado, perdendo a vida. Um dos bandidos se entregou à polícia e culpou o rapaz assassinado pelo evento, por ter resistido ao roubo. Como ele se negou a delatar o outro criminoso, seu advogado o defendeu explicando o seguinte a um repórter: “Quem é do crime nunca entrega parceiro. Todo bandido tem ética. Você é um cara experiente na área criminal e sei que está fazendo essa pergunta simplesmente por fazer, porque você sabe que todas as profissões têm ética. E, na sua profissão, se tiver um repórter na sua frente, a ética dele é dar espaço para você também trabalhar”. Obviamente, a OAB repudiou essa atitude por igualar um criminoso a um trabalhador e a uma pessoa com conceitos morais elevados.
Infelizmente, esse é apenas um entre muitos que justificam o erro e distorcem a justiça. A verdade é que os conceitos de moral e retidão não têm vida própria, mas são ancorados e sustentados em referenciais maiores que eles. O padrão perfeito da justiça é Deus e sua Palavra. É pelo seu caráter que tudo mais é avaliado como bom ou mau. Entretanto, o homem rebelde rejeita o Senhor e todos os seus santos valores, caindo em um vácuo moral que acaba preenchido por qualquer coisa, desde valores pessoais até a podridão e devassidão do mundo. É por isso que Salomão diz com muita propriedade que “os que abandonam a lei elogiam os ímpios”. Não é sem razão que as maiores imoralidades são aprovadas e defendidas na atualidade. É por isso também que gente ruim acaba desfrutando de mais direitos e proteções que cidadãos honestos e trabalhadores. Afastar-se de Deus significa afastar-se também do padrão da retidão, lançando os homens no pecado. Na verdade, eles não somente praticam a injustiça e a imoralidade como “também aprovam aqueles que as praticam” (Rm 1.32b).
Os servos de Deus agem de modo bem diferente. Por terem o Senhor não apenas como seu salvador, mas também como seu padrão de vida, eles ancoram seus conceitos de justiça na Palavra de Deus, de modo que nem aprovam os “ímpios”, nem ficam neutros nessa questão, pelo que o escritor diz que “os que obedecem à lei lutam contra eles”. É realmente uma diferença marcante! O que nos intriga é não entender que razões motivariam uma pessoa a apoiar e elogiar um ímpio. Porém, o versículo seguinte diz que “os homens maus não entendem a justiça, mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente”. Os “homens maus” aqui citados são os mesmos que “elogiam os ímpios” no versículo anterior, de modo que é possível notar seu completo desconhecimento das coisas e dos valores que são caros para Deus, pelo que acabam adquirindo quaisquer valores que lhes agradem e que estejam em conformidade com seus gostos e crenças. Por isso, é necessário que o homem se entregue a Deus por meio da fé em Jesus Cristo para que, completamente transformado, conheça não apenas o Senhor, mas também a sua justiça.