“Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido também a elogia, dizendo: ‘Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera’” (Pv 31.28,29).
Um nobre romano chamado Caecina Paetus foi condenado por traição em uma rebelião contra o imperador Claudio, no ano 42 da era cristã. Como forma de condenação, ele foi ordenado a tirar sua própria vida. Paetus não era um homem corajoso demais, de modo que acabou hesitando no momento final. Imediatamente, sua esposa, Arria Antonina Paetus, que permaneceu ao seu lado durante todo o julgamento, tomou dele a adaga e a enterrou totalmente em seu próprio peito. Em seguida, entregando-a ao marido, ela disse em seu último suspiro: “Paetus, não dói nada”. Assim, ele não hesitou mais!
Esse é um caso dramático em que o exemplo da mulher ajudou seus familiares a cumprir seu dever. Mas nem todos os casos são tão dramáticos como esse, apesar de os exemplos mais simples serem os mais importantes para o dia a dia do marido e dos filhos. A mulher virtuosa descrita pela mãe de Lemuel não é diferente, pois, por causa do seu modo de agir e tratar a família, “seus filhos se levantam e a elogiam”. É claro que os filhos quase sempre defendem seus pais e são, em certa medida, parciais na avaliação deles. Mas esse não parece ser o caso aqui. Ao contrário, é a descrição do resultado das virtudes da mãe que impacta a vida dos filhos, os quais a admiram e se espelham nela. Assim, esse elogio que fazem dela não é apenas uma propaganda externa ou o impulso de pessoas que querem se vangloriar diante dos amigos, mas a reação real e honesta de quem vê a mãe como um exemplo a ser seguido.
Os filhos não são os únicos influenciados pela sabedoria da boa mãe. O marido dela também vê o mesmo — talvez, até mais que os próprios filhos. Por isso mesmo, a rainha-mãe diz que “seu marido também a elogia”. Essa é uma afirmação surpreendente devido à relutância masculina em dizer coisas gentis e em reconhecer o valor alheio. Mas a mulher virtuosa causa um impacto tão profundo na vida dos seus que o marido não se contenta em elogiá-la, mas a considera superior às demais mulheres, pelo que diz a ela que “muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera”. Vê-se que, enquanto o normal na humanidade é achar que a grama do vizinho é sempre mais verde, o marido da mulher virtuosa segue o caminho oposto, sendo grato por sua esposa e considerando-a uma mulher “exemplar”. Assim, ainda que na estrutura familiar a mulher não seja a cabeça do lar, não é possível exagerar seu papel ou sua importância na vida do marido e dos filhos. A mulher sábia entende isso e põe sua virtude a serviço da família a fim de encorajar, consolar e servir de exemplo. Cada membro da família se torna melhor tendo uma mulher virtuosa como exemplo. Na sua família é assim?