“Ela avalia um campo e o compra; com o que ganha planta uma vinha. Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos. Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua lâmpada fica acesa durante a noite. Nas mãos segura o fuso e com os dedos pega a roca” (Pv 31.16-19).
Tenho grande admiração pela minha avó, que carinhosamente é chamada de vó Nina. Desde pequeno, sempre a vi trabalhar e se esforçar por toda a família. Quando meu avô trabalhava em uma empreiteira, ela lavava a roupa dos colegas de trabalho dele para ajudar no orçamento doméstico. Quando meus pais trabalhavam para pagar o apartamento que adquiriram junto com as duas casas que compraram para os pais, ela ajudava a cuidar de mim. Quando minha mãe entrou na faculdade de odontologia, minha avó cuidou da nossa casa e dos três netos para que minha mãe pudesse se dedicar aos estudos. É incrível como uma mulher tão simples como ela ajudou e ainda ajuda toda a família a progredir. Sou grato a Deus por ela.
No mundo antigo, não era normal que as mulheres trabalhassem fora de casa como acontece hoje em dia. Mas isso não quer dizer que elas não se empenhassem, não apenas no cuidado da casa, como também no sustento da família. Por isso, a mãe de Lemuel diz que a mulher virtuosa “avalia um campo e o compra; com o que ganha planta uma vinha”. Esse trecho é misterioso, pois não era normal mulheres possuírem terras em vez de seus maridos — é claro que quem disse isso era uma rainha-mãe, mulher cujos círculos sociais não se igualavam ao da plebe. Contudo, é possível ver a mulher, mesmo no passado, se dedicando a atividades rurais domésticas para ajudar no sustento da família. Assim, mesmo em seu trabalho sediado em sua propriedade, é dito que “seus braços são fortes e vigorosos”, mostrando se tratar de uma pessoa dedicada e esforçada, seja em qualquer trabalho que faça.
Tal mulher, esforçando-se na época em trabalhos agrícolas, têxteis e outros serviços, “administra bem o seu comércio lucrativo”, demonstrando responsabilidade e tendo objetivos bem definidos. O resultado é que “a sua lâmpada fica acesa durante a noite”, algo que expressa o fato de que a casa não passa necessidades nem privações. Ao contrário, sua família é suprida pelo esforço conjunto do pai e da mãe, a qual em suas “mãos segura o fuso e com os dedos pega a roca”, menção à atividade têxtil que era comum às mulheres do passado. Por isso, a mulher virtuosa, mesmo em dias bem diferentes daqueles em que esses provérbios foram escritos, continua se preocupando com o suprimento da sua família e se dedica a colaborar nesse sentido, seja fazendo algo que produza algum lucro ou se esforçando sobremaneira para economizar os recursos conseguidos pelo trabalho do marido, evitando desperdícios e fazendo-o render. Você é alguém assim?