“Se o rei julga os pobres com justiça, seu trono estará sempre seguro” (Pv 29.14).
Fernando Collor de Melo, que governou o Brasil entre 1990 e 1992, foi o responsável pelo termo impeachment ter entrado no vocabulário do brasileiro por ser o primeiro presidente da América Latina a ser expulso do seu cargo presidencial por corrupção. É claro que ele não é o único corrupto das Américas, mas, conforme sua própria avaliação pessoal tardia, mexeu onde não devia. Depois de confiscar o dinheiro dos brasileiros depositado em cadernetas de poupança e realizar mais um monte de medidas impopulares, sua imagem desabou com as acusações de corrupção. Numa tentativa desesperada de salvar seu governo, ele desafiou os brasileiros a sair às ruas vestindo roupas verdes e amarelas para demonstrar seu apoio à presidência, mas tudo que se viu foram multidões caminhando com roupas e bandeiras pretas. Nesse momento, seu destino estava selado.
A verdade é que a pressão popular deu forças ao Congresso Nacional para se opor ao presidente e destituí-lo do seu cargo — algo que ele realmente mereceu. Isso condiz com um ensino antigo do rei Salomão, que fala sobre o destino de um “rei” que “julga os pobres com justiça”. Significa que tal homem não se aproveita da sua posição, mas a utiliza como deveria, ou seja, garantindo a manutenção da ordem e da justiça, protegendo os impotentes de exploradores e aproveitadores. Um líder que agisse assim, certamente surpreenderia a população e mídia, pois é raro, hoje em dia, ver gente honesta e bem-intencionada liderando grupos pequenos ou até mesmo uma nação. O próprio Fernando Collor de Melo foi eleito ao simular ser um homem assim. Mas isso não deve ser fruto de simulação, mas de um coração transformado pela fé em Cristo e desejoso de servir a Deus em todas as esferas da vida.
Quando isso ocorre, o escritor diz desse homem que “seu trono estará sempre seguro”. Há uma dupla explicação para esse efeito da honestidade e da boa liderança. Em primeiro lugar, seus próprios liderados terão grande confiança e gratidão apontadas para seu líder, pois o veem como um exemplo e como um dirigente que cumpre bem sua função, preocupando-se com seus liderados. Por consequência, farão de tudo para retribuir tal benesse, apoiando esse líder e o protegendo dos inimigos. A segunda explicação reside em Deus, pois ele, conhecedor do coração e das intenções mais ocultas dos homens, é quem protege e abençoa seus servos que cumprem bem suas funções e que se preocupam em glorificá-lo em tudo que fazem. Por isso, leve muito a sério suas funções e obrigações, pois, além de ser alguém capaz de ajudar outras pessoas, é também um servo do dono do universo e salvador da vida daqueles que nele creem. Esse é um Deus bom e soberano que nunca sofrerá um impeachment.