“Não explore os pobres por serem pobres, nem oprima os necessitados no tribunal, pois o Senhor será o advogado deles, e despojará da vida os que os despojarem” (Pv 22.22,23).
Pode até parecer mentira, mas muita gente tem chegado à conclusão de que a única maneira de reduzir o índice de criminalidade é tornar tudo legal. Um exemplo disso é a proposta de descriminalizar a maconha e outras drogas. Se adotada em todo o País, os defensores dessa proposta alegam que a descriminalização produziria um declínio dramático no número de prisões por posse ilegal de drogas. Fala-se também de empregar a técnica de legalização para acabar com as violações de leis contra a pornografia, prostituição, jogos de azar e diversos outros vícios. Em resumo, a ideia é diminuir os crimes chamando-os por outro nome. Sinceramente, se isso for uma piada, ela é de um péssimo gosto. É como uma criança que tenta se esconder fechando os olhos com as mãos no rosto.
Se há gente que defende absurdos como esses, Deus age de modo bem diferente. Ele não fecha os olhos para o erro. Ao contrário, os vê muito bem e, por isso, pune-os com sua santa justiça. Sendo assim, a primeira parte do sábio conselho de Salomão é “não explore os pobres por serem pobres”. Essa é uma ordem que tem relação com as relações comerciais e trabalhistas entre ricos e pobres, na qual os ricos, tendo recursos e contando com a clara necessidade dos pobres, oprimem-nos e ditam regras injustas. A segunda parte do conselho é para que não se “oprimam os necessitados no tribunal”, mostrando, com isso, que a justiça deve ser mantida também no âmbito jurídico, no qual, por causa do poder financeiro e da influência, os ricos costumam prevalecer sobre os pobres sem que a verdadeira justiça prevaleça, o que normalmente se dá por meio de suborno, acordos escusos e negociatas.
Os ricos costumam se dar bem nesses casos ao agir desonestamente porque podem bancar os meios que lhes favorecem, seja por meio de influência ou por uma estrutura que os proteja. Porém, se os pobres não têm acesso à mesma qualidade de defesa entre os homens, o próprio “Senhor será o advogado deles”. Contra uma defesa dessa não é fácil prevalecer com mentiras e subterfúgios questionáveis. E o pior de tudo é que, assim como na justiça humana, em que quem processa o outro injustamente pode depois ser processado por isso, Deus promete que, no final, reverterá tais ações e “despojará da vida os que os despojarem”. Sendo assim, os injustos que têm recursos suficientes para prejudicar os indefesos devem pensar muito antes de agir mal. Com o Senhor ao lado dos humildes, é duro lucrar no final de tudo com uma causa injusta e opressiva.