“A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro” (Pv 22.1).
Os últimos meses de 2014 serão lembrados pelas notícias de uma série de prisões de grandes empresários em função das descobertas de um desvio bilionário de empresas estatais. É chocante ver as fotos desses homens, tantas vezes publicadas nas páginas de negócios e nas colunas sociais, surgirem repetidas vezes nas páginas policiais. Normalmente, os homens que possuem muito dinheiro e têm influência costumam ser respeitados. Mas esses, não mais. Não importa o que eles tenham e quais sejam as empresas que dirijam, pois as falcatruas em que se meteram fizeram com que passassem a ser malvistos todas as vezes em que surgem na mídia. Tudo que se vê agora são ladrões comuns vestidos com ternos caros. São pessoas ricas, mas sem honra, com quem jamais gostaríamos de partilhar nossa mesa.
O que tem ocorrido com esses corruptos acontece também com muita gente, ainda que nem sempre de modo tão dramático. O fato é que, dentre as coisas mais valorizadas na sociedade, estão as “grandes riquezas”. Os homens cometem loucuras em busca delas, abandonando seus princípios e sua honra. É certo que muitos crimes têm outras motivações, como ciúmes ou vingança, mas o desejo descontrolado de enriquecer é uma das razões pelas quais convivemos com tantos crimes, sejam em altas rodas ou em esferas mais populares. A triste verdade é que a sociedade está bastante corrompida por causa do desejo do homem por dinheiro, algo que Salomão nomeou aqui como “prata e ouro”. E apesar de sociólogos e profissionais afins afirmarem que a humanidade está evoluindo, o quadro social que conhecemos é cada vez pior e sem indícios de que vá melhorar. Os criminosos de todos os tipos, grandes e pequenos, parecem ter endurecido seus corações e seu caráter a fim de não serem mais tocados por conceitos éticos e morais.
Porém, tais homens têm valorizado e priorizado as coisas erradas. Há valores maiores que o monetário. O escritor alista algo que “vale mais que grandes riquezas”, a saber, “a boa reputação”. Isso significa que de nada vale ter muito dinheiro, mas ser reputado como alguém sem valor, como é o caso dos corruptos recém-descobertos em nosso país. Assim, é melhor viver sem luxos e mordomias, mas “desfrutar de boa estima” entre as pessoas ao redor. O que o tolo não sabe é que não é apenas o dinheiro que abre portas. A boa fama também o faz. O sábio entende isso e cultiva sua imagem pessoal, não de modo apenas aparente e fingido. Além do mais, o homem sábio que teme a Deus também valoriza o ensino bíblico e as diretrizes dadas pelo Senhor. Sendo assim, a pergunta que você deve fazer a si mesmo é “quais são os meus valores mais caros?”.