“O Senhor odeia os lábios mentirosos, mas se deleita com os que falam a verdade” (Pv 12.22).

Quando Deus criou os alimentos para o homem, ele não apenas pensou nos nutrientes necessários ao metabolismo, mas também no prazer que a comida proporcionaria. Quanta coisa gostosa existe na culinária! Contudo, cada pessoa tem um paladar e um gosto diferente, tanto daquilo que gosta, como do que não gosta. Nesse sentido, tenho um amigo que tem muitas dificuldades para comer frutos do mar. Na verdade, qualquer coisa de mar ou rio que ele puser na boca certamente lhe causará náuseas, pois são repugnantes ao seu paladar.

Esse mesmo tipo de repugnância o Senhor sente, mas não por alimentos. O que causa nojo em Deus são “os lábios mentirosos”. Essa sinédoque visa a apontar não para uma parte do corpo humano — os lábios —, mas para o homem mentiroso por inteiro. Segundo o texto hebraico, a pessoa que age com falsidade e diz mentiras é considerada pelo Senhor como “abominável”, algo que ele “odeia”. Trata-se de uma reação muito forte a algo que tem sido cada vez mais relevado em nossos dias. O fato é que não importa quanto nos acostumemos à mentira ou a consideremos um mal de pequeno porte. Para Deus, o homem mentiroso é alguém detestável, pois ele é justo e verdadeiro e não pode conviver com a mentira.

Se o mentiroso é repugnante ao Senhor, ele “se deleita com os que falam a verdade”. Esse deleite pode também ser comparado ao prazer que sentimos ao degustar um prato delicioso, principalmente aqueles pelos quais temos uma apreciação especial. O homem que fala a verdade, mesmo que isso lhe carregue de certo custo pessoal, é exatamente como Deus aprova. Ele é verdadeiro porque ouve a Palavra de Deus e sabe que somente assim pode obedecer e honrar seu Senhor. Ele também sabe que a aprovação divina é fundamental para que ele prossiga em sua missão. Assim, com a verdade em seus lábios, ele se torna um deleite para Deus enquanto os mentirosos lhe são repugnantes. Qual desses dois pratos você acha que Deus “pedirá para viagem”?