“O fruto da retidão é árvore de vida, e aquele que conquista almas é sábio” (Pv 11.30).

O grande e recentemente falecido Howard Hendricks (1924-2013), professor do Dallas Theological Seminary, contou em um dos seus livros como ele foi impactado pela vida do seu professor da escola bíblica dominical. Apesar de se tratar de um homem simples, seu amor pelas pessoas e pela Palavra de Deus, assim como seu justo procedimento, fez com que sua influência fosse tão profunda na vida de seus alunos que vários deles se tornaram professores e ministros do Evangelho.

É sobre algo assim que Salomão discorre nesse texto. Segundo ele, o “fruto da retidão”, ou seja, o resultado que ela obtém na vida dos outros — já que a segunda parte do versículo indica que o benefício é produzido em vidas alheias — é uma “árvore de vida”. Identificar essa expressão com a árvore da vida de Gênesis 2.9 é um erro. Assim como “fruto” é a figura que Salomão utiliza para se referir aos resultados do procedimento do justo, a palavra “árvore” serve à figura que indica que os resultados crescem e chegam a ser duradouros na vida de outras pessoas. O mesmo termo é usado em Provérbios 3.18 no contexto em que tal árvore concede vida longa.

Assim, o homem sábio é encorajado a investir na “conquista de almas”. Apesar de essa expressão ser atualmente utilizada com sentido evangelístico, para Salomão era a ação de influenciar outros a agir de modo justo, servindo como exemplo para todos e também como inspiração. O fato é que muita gente segue bons caminhos e se torna uma pessoa de bem ao desejar ser como alguém que elas admiram e que passou a servir-lhes como modelo de vida. Olhando para isso vemos a responsabilidade que temos diante das pessoas com quem convivemos. Essa responsabilidade aumenta quando notamos que a mesma dinâmica se dá com os maus exemplos. Você quer ser um bom ou um mau exemplo? Quer plantar árvores de vida ou regar ervas venenosas?