“Quando morre o ímpio, sua esperança perece; tudo o que ele esperava do seu poder dá em nada” (Pv 11.7).
Estão na moda os programas de competições culinárias. Há um bom número de programas de televisão desse tipo: cozinha sofisticada, culinária tradicional, comidas com ingredientes surpresa, bolos e cupcakes são temas de um número de competições maior do que é possível assistir. Os pratos e técnicas são variados, mas uma constante marca todos esses certames: o desejo de vencer. E cada competidor mantém viva a esperança de ser o campeão e ganhador de um bom prêmio em dinheiro, de um emprego glamoroso e de renome para sua empresa. O interessante é que quase todos têm certeza de que vão ganhar... até serem eliminados. Então, a indignação e a surpresa tomam conta deles, bem antes de a decepção lhes encher o coração. Afinal, seu sonho acabou!
Salomão conhecia esse aspecto da vida — e da morte. Segundo ele, o ímpio mantém expectativas para sua vida que são semelhantes ao desejo de sucesso dos cozinheiros que vemos na televisão. Seu objetivo é ser rico, poderoso, influente, respeitado e ter uma vida longa e tranquila. É nisso que ele põe sua esperança e seus parâmetros para uma vida feliz e bem sucedida. Infelizmente, todas as suas aspirações do tipo “o céu é o limite” morrem junto com ele, no dia do seu funeral. Esses objetivos perecem porque são embasados em valores tão passageiros como a vida e o tempo e, por isso, não podem acompanhar o ímpio depois de sua partida. Seu poder perece em seu túmulo, de modo que o enterro tem mais de um defunto.
O texto não fala, como nos outros casos, do que acontece com as esperanças do sábio servo de Deus. Mas podemos chegar a elas apenas observando o que acontece com o tolo. Se as esperanças do insensato morrem com ele, as esperanças do justo o aguardam na sua partida a fim de o premiarem pela eternidade. Isso porque as esperanças dos servos de Deus estão em fatores que não perecem com o tempo, mas que se realizam justamente no futuro, em especial depois de sua partida dessa vida. Sendo assim, não é possível não notar a sabedoria nas palavras de Jesus: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6.19-21).