“Como fonte contaminada ou nascente poluída, assim é o justo que fraqueja diante do ímpio” (Pv 25.26).
Nos dias do imperador romano Marco Aurélio, viveu uma mulher cristã chamada Felicidade. Viúva, ela se dedicava com afinco ao serviço da igreja. Acusados de serem cristãos, Felicidade e seus sete filhos foram levados às autoridades que, por meio de promessas e de ameaças, lhes ordenaram a renegar Cristo. A viúva respondeu: “Você está perdendo seu tempo, pois, viva, eu o vencerei; e, se me matar, em minha morte eu o vencerei mais ainda”. Quando o juiz tentou convencer os sete filhos dessa mulher, ela os exortou a permanecerem firmes, ao que eles obedeceram decididamente. Todos morreram confessando o nome do salvador Jesus.
É impressionante como um acontecimento de quase 1.900 anos atrás ainda consegue encorajar os cristãos de hoje. Isso se dá porque os bons exemplos são muito poderosos. Essa é a razão pela qual uma fatia considerável da literatura cristã trata de biografias e de história da igreja. Porém, do mesmo modo como o bom exemplo encoraja, o mau exemplo desanima. Por isso, Salomão tinha algo importante a dizer a respeito do “justo que fraqueja diante do ímpio”. Fraquejar aqui tem o sentido de ceder espaço ou capitular diante do ímpio. Significa desistir de se manter íntegro diante do pecado e da injustiça, passando a agir como o rebelde. Isso pode acontecer de modo aberto, por meio do abandono público da fé e da obediência a Deus, ou de modo velado, por meio da hipocrisia, a qual nunca consegue ser tão efetiva quanto desejaria o homem que se afasta do Senhor.
O resultado sobre sua própria vida é óbvio. Além de interromper a boa comunhão com o Senhor, de manchar o nome de Cristo e de perder a proteção da igreja, o afastado é um forte candidato a uma severa disciplina de Deus. Porém, os resultados sobre os irmãos na fé também existem e o escritor os compara a uma “fonte contaminada ou nascente poluída”. Assim como uma fonte de águas que perde sua qualidade, não servindo mais a saciar quem dela bebe, o crente que se afasta do Senhor também faz falta àqueles com quem convivia em comunhão fraternal. Seus irmãos na fé deixam de usufruir da sua companhia e se sentem muito abatidos por ver alguém querido se entregar ao pecado e à imundice dos inimigos de Deus. Alguns podem até se sentir desencorajados a manter sua posição nas fileiras do seu Senhor. Por isso, seja responsável com seus atos. Entregar-se ao pecado traz consequências para o próprio pecador e para seus queridos. Mantenha-se firme! Morra confessando e defendendo o nome de Jesus!