“Quando se retira a escória da prata, nesta se tem material para o ourives; quando os ímpios são retirados da presença do rei, a justiça firma o seu trono” (Pv 25.4,5).
Conheci um político que deu um novo rumo ao município que ele administrou. Enquanto seu antecessor não fez outra coisa além de deixar dívidas para a prefeitura, esse político atuou seriamente desde o início de seu mandato. Ao final de quatro anos, tinha construído várias escolas e postos de saúde, calçado a maior parte da cidade, investido em ambulâncias, caminhões e tratores para as diversas secretarias municipais e criado um programa social consistente. Sua receita, além de honestidade pessoal, foi afastar de cargos públicos todos aqueles que desejavam se beneficiar da corrupção e da desonestidade. Ele não agradou um bom número desses aproveitadores, mas a cidade toda agradeceu, pois sua administração foi exemplar e não houve quem a estragasse.
Como brasileiros, sabemos mais do que ninguém como essa receita é necessária em todas as esferas de governo do País. Entretanto, não se trata de uma receita nova. Há 3 mil anos, Salomão já ensinava que esse é o segredo para uma boa administração pública e, obviamente, para a vida de qualquer um que quer ser conhecido como sábio. Por isso, ele inicia o tema com uma comparação, dizendo que “quando se retira a escória da prata, nesta se tem material para o ourives”. A escória é a sujidade que vem incrustada no meio do metal precioso, a qual lhe tira a pureza e o valor. Para retirá-la, basta aquecer o metal até que ele derreta e libere a escória a fim de ser retirada de seu meio. Assim, quando o metal volta ao seu estado sólido, passa a um estado de maior pureza e, portanto, de proveito para que o ourives ou o artesão possam fazer peças lindas e de grande valor.
Do mesmo modo, diz Salomão, “quando os ímpios são retirados da presença do rei, a justiça firma o seu trono”. Isso quer dizer que, por melhores e mais justos que sejam o líder ou o administrador, se eles se acercarem de gente desonesta e perversa, seus atos e até seu caráter podem ser manchados. Por isso, quem não quer viver no meio da mentira, não pode andar com mentirosos. Quem não quer andar cercado de falcatruas, não pode se misturar com desonestos. E quem não quer viver na imoralidade, não pode ser amigo íntimo de pessoas depravadas. Se isso vale para um rei, vale também para qualquer pessoa, em especial para os servos de Deus. Eles devem filtrar suas amizades e companhias a fim de manter a pureza em suas vidas. Devem também buscar a presença de gente que tenha o mesmo compromisso de servir ao Senhor. Quem age assim se torna uma joia valiosa na mão do ourives celestial.